Ibaneis bate o pé: reajustes só em 2026 e greves “comandadas pela esquerda”

Com paralisação de professores em andamento e nova multa, governador endurece o discurso e projeta ano de embates sindicais no DF

A greve dos professores do Distrito Federal, que se estende por mais de uma semana, tornou-se um dos principais palcos de tensão entre o governo local e as categorias profissionais, especialmente em um ano pré-eleitoral. O governador Ibaneis Rocha (MDB) elevou o tom das críticas aos sindicatos, não apenas afirmando que o ano será marcado por uma série de paralisações que ele atribui à esquerda, mas também deixando claro que os tão esperados reajustes salariais só deverão sair do papel no próximo ano.

“Teremos, certamente, várias greves esse ano. Como é um ano pré-eleitoral, nós sabemos que os sindicatos aqui são comandados pela esquerda”, afirmou o governador.

A paralisação dos professores, iniciada em 2 de junho, foi considerada ilegal pela Justiça, mas a categoria persiste. Nesta quarta-feira (11), o desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Robson Barbosa, impôs uma nova multa diária de R$ 300 mil ao Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). A decisão veio apenas cinco dias após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, cassar a multa inicial de R$ 1 milhão.

O secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, reforçou a posição do governo, destacando o reconhecimento judicial da ilegalidade da greve. “Novamente, o Poder Judiciário reconheceu a ilegalidade da greve, com fixação de nova multa”, afirmou Rocha, ressaltando que a luta na Justiça é uma promessa cumprida pelo governador Ibaneis.

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Em entrevista coletiva, o governador Ibaneis Rocha foi taxativo sobre os reajustes.“Eu já deixei bem claro que eu não vou avançar em nenhuma pauta que diga respeito ao reajuste de salário. Nós estamos vivendo um momento no Distrito Federal em que a gente tem que ter cuidado com as contas públicas, reajuste salarial para qualquer categoria só vai acontecer no próximo ano, depois que a gente tiver com as contas todas equilibradas, para que a gente faça isso com sustentabilidade.”

Ibaneis também fez questão de frisar que os pedidos da última greve de 2023, referentes à educação, ainda nem foram totalmente concluídos e já há uma nova paralisação. “Nós fizemos o pedido deles da última greve de 2023, ainda nem terminamos, só terminamos em 26, e eles já estão em greve novamente. Nós temos bastante tranquilidade. O canal de diálogo sempre está aberto, secretário Ney, secretário de Educação, secretário da Casa Civil para receber, mas eu já avisei a todos que aumento de salário esse ano não terá. Nós vamos fazer o corte de ponta, eu quero saber quantos dias eles vão aguentar com o corte de ponta.”

Da redação com informações do G1 e Metrópoles

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